terça-feira, 28 de setembro de 2010

Recessão e Escapismo

Joan Crawford
Ano de 1930.O “crash” na bolsa de New York abala as estruturas do mercado mundial e isso não seria diferente na moda.Agora os estilistas (assim como na primeira guerra mundial) precisavam reduzir os gastos.
A tendência agora é as roupas “prontas para usar”em um estilo informal e esportivo.O visual moleque LA GARÇONE da década de 1920 é abandonado e as roupas passam a ser mais suaves e femininas.Os corpetes voltam ,só que mais frouxos e as bainhas descem pela primeira vez.Um marco importante também  são os sutiãs moldados que não achatam mais o seio,a introdução de tecidos mais informais para trajes de noite,o vestido com as costas descobertas até abaixo da cintura e o uso de acessórios como forma de distinção ,uma vez que os modelos eram simples ,versáteis e produzidos em grande escala.
No meio de tudo isso a inspiração dos estilistas eram basicamente fontes históricas,o escapismo e o movimento surrealismo que  estava em voga. Outra influencia que era muito forte nesta época é a indústria cinematográfica. Os produtores e estilistas aproveitavam a oportunidade pra produzir modas usáveis e lucrativas inspiradas nos filmes. Tanto o cinema como a moda andavam interligados, um dependendo do outro.Como exemplo podemos citar o vestido branco usado  por Joan Grawford no filme Letty Lynton em 1932 onde a Marcy’s(loja de departamento em New York )vendeu meio milhões de copias dele.O vestuário masculino também não era diferente,as roupas com cortes esguios  usados pelos atores de Hollywood era copiado pelos homens.Basicamente a alfaiataria masculina era composta de modelos sofisticados e roupas esportivas como as camisas pólos ,que passavam a impressão de uma aparência forte e atlética.
 
Atriz Greta Gargo
  Em suma,podemos dizer que a década de          1930 teve uma influencia étnica no vestuário   muito significativa e foi rica por sua simplicidade.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

1914-1929 La garçonne e a nova simplicidade

Com a chegada do novo século, a guerra, a tecnologia veio também as mudanças no vestuário.
A necesidade fez as mulheres irem em busca de trabalho, e para isso tiveram que se adaptar a roupas mais confortaveis.  E no meio desse caos, a industria procurou se manter. Festas foram organizadas, as revistas continuavam a falar sobre moda sem mencionar a Guerra. Com o tempo, que comecou a ser introduzido elementos da guerra nas vestimentas, tal como a cor. A mudança mais significatvia desse periodo foi o abandono de saias-funil para modelos largos e o tamanho da bainha, que subiu pra acima do tornozelo.

Nesta realidade despontou Gabrielle Chanel, que começou fazendo chapeus, e logo introduziu ao guarda roupa feminino, elementos do masculino, da guerra e roupas mais informais e esportivas. Tava consolidado o sucesso de Chanel.
O trabalho pesado nas fabricas fizeram com que as mulheres também adequassem seu vesturario. A roupa de baixo teve sua adaptaçao também. Os espartilhos continuaram, mas com outra funçao, que era de sustento do corpo, nao de molde. A Primeira Guerra também abriu caminho para os EUA desenvolverem na industria de Moda, sem depender de Paris, chegando ao ponto da mesma temer este desenvolvimento e acusar os EUA de se aproveitar da situaçao.
E no pós-guerra, Paris voltou a sua força, graças ao impulso nas vendas de vestidos de casamento. Logo, no ano de 1920, com sucesso foi lançada a revista VOGUE PARIS. Graças a isso, a Industria de moda pode se sustentar novamente, e voltando a sua hegemonia. Chanel, sempre inovando, foi a primeira a criar um perfume que levava seu nome, o Chanel nº 5, sucesso de vendas da empresa até os dias de hoje.


Na decada de 1920, a moda teve duas linhas: o tradicionalmente feminino e o moderno. Do lado do Romantismo:Lucile, Paquin, Callot Soeurs, Martial et Aris, Tappé e principalmente, Jean Lanvin. As roupas, sonhadoras, abusavam de cores pastéis, rendas, fitas e flores. Do outro lado, influenciado pela escandalosa obra de Victor Margueritte, La  garçonne, em 1922, gerou uma mudança de comportamento e a consciencia das mulheres lutarem por direitos iguais. O visual garçonne, teve seu apogeu em 1926, caracterizado pela androgenia nos penteados, o rosto maquiado, era um estilo jovial, meio moleque e simples. O corte reto passou a dominar, tanto noite ou dia. E nisso, a bainha ainda sofria a indecisao, enquanto Chanel e Patou as queriam menores, outros votam em um comprimento maior.

Os sapatos eram de couro durante o dia e bordados, enfeitados para a noite. Comuns, eram os escarpins com salto cubando e com tiras cruzadas ou feixe em T. As estamapas tinham influencias de culturas externas, como motivos folcoricos eslavos, russos, e depois, com a abertura do tumulo de Tutancâmon, egipcios. A variedade era bem grande. Xales, bolsas, e sapatos combinando para noite passou a ser constantes.

foto de Baron de Meyer
A evoluçao da indumentária, trouxe avanços como a criaçao do ziper e o sutia. Quanto as joiás, elas foram substituidos por pedras falsas, que as vezes até desafiavam a natureza, e Chanel, principal adepta falava que as joiás nao deveriam ser usadas como enfeite, nao ostentaçao de riqueza. A fotografia preta & branco deu lugar as ilustraçoes nas revistas, destacando se Baron de Meyer, Edward Steichen, Man Ray e Cecil Beaton.
A descoberta que o sol fazia bem pra saude, fez muitos sairem de casa e irem em busca de esportes, uma vida mais saudavel. Nisto, nasce o mercado de roupas esportivas, que se tornou um grande sucesso, teve roupas para esqui, nataçao, tenis, e os biquinis, mudaram sua forma. E as mulheres passaram a adaptar elementos das roupas esportivas masculinas também, e o uso de calças foram sendo levemente introduzidos nas roupas. Londres, liderou no mercado de roupas masculina, com ternos sob medidas, e calças extremamente largas, as "Oxford Bags", se tornando sucesso mundial. Os homens, insatisfeitos com os vestuarios, passaram a exigir roupas que ofeceressem "estética, conveniência e higiene".

Em 1926, foi o lançamento do legendário, Pretinho basico da Chanel. Ela dizia que o negro era uma cor que deveria ser explorada pela sua capacidade de "cair bem"  e sua elegância. Em 1927, as bainhas se tornaram desiguais, sendo mais longa nas costas. O sucesso dessas tendências, trouxeram também, um forte desejo de reproduçao dos modelos, sendo o começo do mercado de cópia.O estilo garçonne era um dos mais faceis de reproduzir, devido a sua simplicidade e seu corte reto.
E graças a queda da bolsa, em 1929, a moda, novamente teve que se adaptar e colocar o fim nos "Loucos anos 29"