domingo, 7 de novembro de 2010

1968-1975 Ecletcismo e Ecologia


O mundo depois de 1960 era outro. Era um mundo em que os olhos estavam voltados para a juventude, um mundo que estava passando pela Guerra do Vietnã, por crises econômicas. Mas também era um mundo em que as mulheres estavam assumindo uma posição além da mulher dona de casa, e o mundo em que o homem assumiu a sua preocupação com o guarda-roupa. Um mundo em que a alta costura perdia força e cedia lugar as coleções prêt-à-porter, levando isso em conta, em 1968 Balenciaga decide fechar sua boutique em Paris e em 1971, Chanel morre. Era o fim de uma era. Houve uma busca por influencias que iam além do mundo ocidental, o surgimento do movimento hippie, que procurava um retorno a natureza e o abandono a vida urbana. 

Nessa época, em meio a crise que a alta-costura encarava, Yves Saint Laurent, conseguiu se adaptar. E fez sucesso. Era um profissional de visão, se adaptava as condições da época, e trazia soluções inovadoras, garantindo para si a atenção do público da haute couture e do prêt-à-porter. E na década de 1970, ele já tinha boutiques espalhada pelo mundo. Pierre Cardin despontou na mesma época, inovando, e usando como base formas geométricas para peças até então simples. Mas Paris também deu lugar a estilistas que surgiam longe do seleto grupo de créateurs de  mode prêt-á-porter, como Sonia Rykiel que em 1968 abriu sua butique. Suas criações eram conhecidas pela versatilidade, e tinha preocupação em fazer a roupa durar mais do que os períodos sazonais, logo, em 1973 ela foi eleita vice presidente da Chambre Syndicale du Prêt-à-porter des Couturiers et des Créateaurs de Mode.
Começam a brilhar no cenário da Moda Mundial, não só os criadores franceses, e entram em cena, os japoneses, como: Hanai Mori, Kenzo Takada, Kansai Yamamoto e Issey Miyake, o alemão Karl Lagerfeld, que trabalhou na Chloé e Balmain. E graças ao crescimento da indústria de moda na Itália, surgiram nomes como Valentino, Mila Schön, Giorgio Armani e Gianni Versace. E com a união destes criadores, surge em 1975 a criação da Câmera Nacional de Comércio da Moda Italiana, e por conseqüência a semana de moda de Milão. A Itália tinha como característica o negócio familiar e artesanal, como Rosita e Ottavio Missoni e as cinco irmãs Fendi.
 A moda londrina foi representada por Jana Muir, Zandra Rhodes, Bill Gibb, Gina Fratini, Foale &Tuffin e Osie Clark que usavam e abusavam desta tendência, tecidos leves, linhas. 



Nova York, que já era o centro de moda americano, viu também surgir sua própria safra de criadores Calvin Klein, Geoffrey Beene, Ralph Lauren e Halston. Surgiram também as publicações como a W e a NOVA, com fotógrafos de moda vanguardistas como Helmut Newton, Deborah Turbeville e Harri Peccinotti. O jeans foi popularizando, virando febre entre os jovens e adolescentes. E logo o Jeans ganhou status e sendo usado também em grandes grifes como a Ralph Lauren e Gloria Vanderbilt. A calça boca de sino era o máximo da moda masculina. E influenciado pela cultura pop, os homens ficavam parecidos com os músicos como Mick Jagger, Gary Glitter, Marc Bolan e David Bowie. O festival de música Woodstock, e a crescente onda hippie refletiam no vestuário em peças floridas, estampas indianas, psicodélicas e em tecidos leves. Foi nos EUA que o movimento Hippie teve força, principalmente por ser usado como forma de expressão. A juventude insatisfeita com o rumo da sociedade, lutava por quebrar tabus. Através da musica, da arte, e do vestuario eles mostravam ao mundo o que eles pensavam.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

EXPLOSÃO: 1960 A DÉCADA DE NOVIDADES E INOVAÇÕES

Pós IIGM a Europa se reconstrói, os filhos do chamado "baby boom" crescem, e esses adolescentes ganham espaço, surge à sociedade descartável e consumista. Twiggy, minissaia, liberação feminina, pílulas anticoncepcionais, o Rock’n Roll, LSD e psicodelia... Alguma das coisas que remetem aos anos 60! 

Era o fim da moda única, a moda passa ser estabelecida por um grupo de estilistas em Londres, não mais em Paris. É vez de várias propostas e a forma de se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento, a moda se concentra no jovem da rua.

 A ameaça à Paris só foi amenizada pelo rápido desenvolvimento do prêt-à-porter, e pelo futurismo incrementado nas criações de : Pierre Cardin, André Courréges, Emanuel Ungaro e Yves Saint Laurent.

 
 No filme “Quem é você, Polly Magôo?” de 1966, os estilistas Courrèges e Paco Rabanne (que acompanharam a onda futurista) são claramente satirizados, quando aparece um desfile de “trajes futuristas” em metal prateado, que feria as modelos.


Na França, André Courrèges operou uma verdadeira revolução na moda, com sua coleção de roupas de linhas retas, minissaias, botas brancas e sua visão de futuro, em suas "moon girls", de roupas espaciais, metálicas e fluorescentes. Enquanto isso, Saint Laurent criou vestidos tubinho inspirados nos quadros neoplasticistas de Mondrian e o italiano Pucci virou mania com suas estampas psicodélicas. Paco Rabanne, em meio às suas experimentações, usou alumínio como matéria-prima.Os tecidos apresentavam muita variedade, tanto nas estampas quanto nas fibras, com a popularização dos sintéticos no mercado.
As mudanças no vestuário também alcançaram a lingerie, com a generalização do uso da calcinha e da meia-calça, que dava conforto e segurança, tanto para usar a minissaia, quanto para dançar o twist e o rock.
A minissaia foi sem dúvida o ponto mais marcante das mudanças!



A maquiagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar.
As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto. Mais baratas e em diversas tonalidades e modelos, elas eram produzidas com uma nova fibra sintética, o kanekalon.





A alta-costura cada vez mais perdia terreno, entre 1966 e 1967, o número de maisons dos costureiros parisienses caiu de 39 para 17. Saint Laurent saiu na frente e inaugurou uma nova estrutura com as butiques de prêt-à-porter de luxo, que se multiplicariam pelo mundo também através das franquias.
Com isso, a confecção ganhava cada vez mais terreno e necessitava de criatividade para suprir o desejo por novidades. O importante passaria a ser o estilo e o costureiro passou a ser chamado de estilista.